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Professora de História Aposentada 30 anos de atividade em sala de aula.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

MERITOCRACIA E PRIVATIZAÇÃO DO ENSINO

É,no mínimo,curiosa e instigante a constatação de governos federal e estaduais com nítida tendência privatizante,proponham a implantação da avaliação por mérito como forma através da qual entendem deva ser qualificado o ensino e remunerados os professores.
O  Estado é um típico prestador de serviços, em todas as suas atividades fins.Entre elas a educação,com certeza,é aquela através da qual atinge, de forma direta,a maior quantidade de cidadãos.Ao mesmo tempo,é uma área do serviço público na qual são feitos, proporcionalmente,os menores investimentos.
No Rio Grande do Sul,há muitos anos,não se atinge o gasto de 35% na educação,como determina a Constituição Federal.
Ora, se o poder público brasileiro gasta tão pouco para oferecer serviço para tantos cidadãos é estranho que os seus gestores queiram,sistematicamente,cobrar mais desempenho sem aumentar os investimentos.
Devemos pensar que há algum sintoma estranho nesse movimento.
Porque os gestores públicos não se interessam em desenvolver essa experiência da avaliação de mérito em outras áreas,muito mais onerosas aos cofres públicos e, invariavelmente,colocados nas manchetes da imprensa de corrupção?Com certeza,no pressuposto da pergunta há uma suspeita ou quase convicção sobre o interesse político e ideológico da proposta e de sua direção.
Essa proposta de avaliação por mérito num setor no qual não há nem se anuncia investimentos só pode ter como intenção a demonstração de que o desempenho está abaixo do desejado.
O passo seguinte já se conhece.Privatizar para,no mínimo,diminuir o tamanho e as responsabilidades do Estado,sob o pretexto de alcançar a eficiência que,alegadamente,as relações de mercado dizem ter.
Parece que  a resposta à indagação antes proposta está dada e é óbvia.
Se essas não são as intenções dos governos,algo deve ser melhor esclarecido.
 TEXTO- tirado do jornal SINETE-CPERS/Sindicato/RS

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